Quais ajustes são feitos nas bikes de treinos e provas da atleta Raiza Goulão — e que você também pode e deve fazer
Em entrevista à ArAltos.MTB, Eduardo Ramires, diretor técnico do time da atleta, explica quais ajustes são realizados em provas e treinos nas bikes da ciclista olímpica — e que você também pode e deve levar em consideração quando for pedalar.
Além de ter disponível três modelos de bicicletas OGGI para cada tipo de competição ou treino, a atleta olímpica Raiza Goulão conta ainda com ajustes finos em cada bike de acordo com a situação a ser enfrentada.
Raiza Goulão faz parte do time Squadra OGGI, marca brasileira de bicicletas. A ciclista nascida em Pirenópolis (GO) está prestes a competir em sua segunda olimpíada se conseguir a vaga para Paris-2024, depois de estrear na Rio-2016.
Já Ramires é ex-atleta profissional com importante títulos acumulados, como campeão mundial de MTB Expert e tricampeão brasileiro de MTB Master. Ramires foi o técnico da seleção brasileira em Pequim-2008 e atualmente é instrutor da modalidade, além de diretor da Squadra OGGI.
Edu conta que a parceria da OGGI com atletas de ponta é sempre uma via de mão-dupla: “os ciclistas colocam os equipamentos em testes do mais alto grau possível e então retornam com observações e detalhes, que são analisados pelo grupo de engenharia e que, se for o caso, efetuam mudanças no projeto dos novos modelos em desenvolvimento”.
O que você vai ver neste artigo:
- Escolha dos pneus e calibragem
- Ajuste de suspensão
- Relação de marchas
Quais são os 3 principais ajustes de bikes para cada treino ou competição
“Existem muitos recursos de ajustes a serem levados em consideração diante do tipo de competição ou treino que a atleta vai participar”, segundo Ramires.
Os três principais são:
Escolha de pneus e calibragem
Ramires conta que vale uma análise das características da região e do clima para definir as opções a serem utilizadas pela atleta:
- Opção por pneus com cravos mais baixos para piso mais batido, permitindo maior velocidade;
- Opção por pneus com cravos maiores para pisos mistos com pedras soltas, dando assim mais tração;
- Análise de situação de chuva, com escolha de pneu para barro moderado ou barro extremo.
- Escolha ainda da calibragem dos pneus para cada tipo de situação.
Ajuste da suspensão
É necessário fazer uma avaliação do terreno durante o reconhecimento do circuito, para entender a demanda de absorção da suspensão. Então, a calibragem é ajustada: menos pressão vai servir para uma leitura mais suave, evitando trancos em terrenos mais técnicos; mais pressão servirá para desenvolver melhor a velocidade, sem a necessidade de tanta absorção.
Relação de marchas
É importante também fazer uma análise da relação de marchas, pois atualmente as bicicletas são equipadas apenas com uma coroa na dianteira. Então, vale uma “avaliação do desgaste que a atleta terá em relação ao período de duração da competição”, diz.
Pode-se utilizar uma coroa mais leve em uma prova muito desgastante tecnicamente ou uma coroa mais pesada em competições onde haverá maior desenvolvimento da velocidade.
No feminino, segundo Ramires, em sua maioria as opções mais utilizadas são coroas de 32 ou 34 dentes. Já no masculino, 32, 34, 36 ou até 38 dentes.
